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17 de maio de 2010

Do parto.

(dia 17 às 19h, uma hora depois de iniciarem a indução, com a dose mínima)

Há dois meses atrás estava eu a entrar em trabalho de parto. Eu, que toda a gravidez me fartei de repetir que as semanas estavam a passar demasiado depressa, tive que aguentar até às 41 semanas, de castigo. Aprendi a lição: não volto a desejar que o tempo ande devagarinho. Se as últimas semanas da gravidez já são penosas, a 41ª é mil vezes pior. Sobretudo numa primeira gravidez, eu acho. A ansiedade de não fazer a mínima ideia do que me esperava, aliada à ansiedade de não saber quando tudo iria começar... Para não falar da chuva de telefonemas e sms que, embora eu soubesse que eram por toda a gente estar ansiosa por conhecer a Matilde, só me punham ainda mais nervosa, por repetir a mesma coisa vezes sem conta: "Pois, ela não quer nascer, vamos ver se é amanhã, depois avisamos!" :)
No dia 16 de Março, com quase 41 semanas, saí de casa convencida que já não voltava. Enganei-me. A médica achou por bem esperar mais um dia para fazer a indução, para completar as 41 semanas... E assim que eu percebi que ainda não era daquela, vieram-me as lágrimas aos olhos, só de pensar que ainda teria que esperar mais um dia.

O meu maior medo era ter um parto muito prolongado. Imaginava-me 24h em trabalho de parto e tremia. No final, acabou por ser tudo tão rápido! Dou graças pela hora pequenina que tive. Comecei a ter dores às 22h30 e às 3h26 da madrugada ela estava cá fora. Fiz a dilatação tão rápido que a enfermeira dizia que eu parecia um foguete (lol). De todas as vezes que viram a dilatação, fui eu a pedir. Tanto que já ela estava prontinha para nascer e ainda não tinham dado conta. Deveria ter ido para a sala de partos com 3 dedos (eu estava no internamento, a indução poderia demorar até 48h) e já passava dos 4. E foi tudo tão rápido que por pouco não me davam epidural: a anestesista estava numa cesariana e incrivelmente, numa maternidade tão grande, só havia uma. Aos 6 dedos de dilatação as dores eram tantas que eu só gemia e pensava que se a dor não aliviasse não seria capaz. E logo a seguir pensava: "Agora não há volta atrás, vai mesmo ter que ser... estou lixada." Mesmo assim, tal e qual. O Bruno estava ao meu lado e nem sabia o que me havia de fazer. Acho que naquela hora só queria fugir :) Eu só dizia para ele não falar e para puxar as fitas do ctg, que me apertavam as costas e me faziam doer como se não houvesse amanhã. Para completar, só conseguiam ouvir o coração da Matilde se eu estivesse de barriga para cima, o que ainda era mais tortura. Eu só queria mesmo era estar de lado.

Depois de muitas muitas dores, chegou a minha salvação, uma anestesista estúpida como tudo. Eu só não a mandei àquela parte porque ela tinha a minha epiduralzinha do coração e naquele momento era a pessoa mais importante daquela sala... Mas para terem uma ideia, quando ela chegou eu perguntei "Já é a anestesia?" ao que ela me respondeu, com tom de desprezo "Eu não sou a anestesia, sou anestesista!"... Enfim. Assim que ela me deu a anestesia... foi o paraíso. Passado um pouco o Bruno voltou a entrar e estivemos na conversa até as dores começarem a apertar outra vez e a ter muita vontade de fazer força. Pedi para verem se já não estava na hora et voilá, a Matilde nasceu. Não sem antes ouvir o barulhinho sinistro da tesoura a cortar... mas no meio de tanta dor eu já só pensava: "Cortem, cortem, que assim é mais rápido." No exacto instante em que ela saiu, todas as dores desapareceram. Um alívio do tamanho do mundo e a minha bebé finalmente nos braços!

Foi há dois meses :)

1 feelings:

Bruno Colaço disse...

Achas que sim?! Não perdia aquele momento por nada :) Parabens bebé!



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