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19 de abril de 2010

As (tristes) novas famílias.

Sou filha de pais separados e o Bruno também. Tenho um irmão menor que vive com a minha mãe e passa um fim-de-semana no meu pai de 15 em 15 dias. Os Natais e as passagens de ano são alternados. O mesmo para a Páscoa e aniversários. E mais 1001 coisas, tudo escrito num acordo que nem sempre é lido e/ou cumprido.
A Matilde tem os 2 avôs e as 2 avós, um em cada lado. E se alternarmos as festas para podermos estar um ano em casa de cada um, só poderemos estar com cada um deles de 4 em 4 anos. E se vou ao Porto, tenho de organizar muito bem o meu tempo, estabelecer prioridades e tentar agradar a gregos e troianos. E quando há zangas e problemas, um liga de um lado, outro liga do outro. Porque ela é que tem culpa, porque ele é que fez assim e assado. E tenho que tentar ver o lado da razão o que implica que um deles vai ficar chateado. Porque quando acabei o curso a minha mãe não foi almoçar comigo para não se verem. Porque quando a Matilde nasceu, ainda eu estava na maternidade e queriam que eu decidisse quem iria ter em casa para me visitar. Porque não se queriam cruzar. Como se eu tivesse alguma coisa a ver com isso, ou paciência para resolver o assunto. Que se entendam e não me chateiem, é o que me apetece dizer. E pergunto-me como será em festas futuras. Os "adultos" são piores que as crianças.

Isto é tudo uma grande trapalhada. E não me venham dizer que as crianças entendem, que para eles é tudo normal, que estão mais que habituados. Se a mim me faz confusão, se me custam certas situações, se sofro em certos momentos... numa criança tudo isto deve ser a dobrar ou triplicar. E sabe Deus as vezes que eu já chorei por saber que o meu irmão não teve nem vai ter metade do que eu tive. E que não presenciou os momentos de felicidade que eu presenciei. E que nunca vai olhar para os dois juntos e felizes com admiração e acreditar (como eu acreditava) que os pais se amam a sério e que são os mais felizes do mundo e arredores.
Aquilo que eu mais desejo para a minha vida não tem a ver com realização profissional ou com o ter uma grande moradia ao pé da praia, com piscina e uns 10 empregados. Não tem a ver com roupas caras, sapatos xpto e maquilhagem. Nem tampouco com viagens pelo mundo fora, sem ter nada que me prenda a casa. O sonho que eu mais gostava de realizar, era o velho cliché: os dois velhinhos (ainda felizes, ainda apaixonados), lado a lado, a ver o pôr-do-sol com um rancho de filhos, netos e bisnetos. O que eu menos quero é que a Matilde cresça com o coração dividido, e viva como se fosse uma bolinha de ping-pong. Não sei se é o que vai acontecer e sei que é o que quase todos sonham e muito poucos realizam. Mas acredito que pode ser possível, se se quiser com muita, muita força.

9 feelings:

Ana Rute Oliveira Cavaco disse...

:(
beijinhos!



Unknown disse...

É possível sim...eu também quero isso pra mim e acredito com muita força que vou conseguir.



stories behind objects disse...

não tenho palavras...
beijo enorme



Helena disse...

Há adultos que nunca deixam de ser crianças...
Mas o teu irmão tem sorte, uma sorte diferente...tu apanhaste uma altura boa dos teus pais, e o teu irmão tem uma irmã maravilhosa:)
Há sempre algo positivo em tudo!
Eu acredito nos velhinhos juntinhos e tenho a certeza que tu e o bruno estão no bom caminho... Guarda uma cadeira nesse ranho, para mim e para o Gil:)
Do resto, tu já fazes parte do mundo dos crescidos:) acho que podias conversar com todos eles e dizeres o que disseste aqui...pode ser o click que lhes falta para perceberem que enquanto não se entenderem...tudo custa mais a passar e há muito menos momentos felizes em família...
Acho que pelo menos devias tentar!



Helena disse...

eu queria dizer rancho e não ranho :)



Selma Tabita disse...

Oh! Mas tu vais ser super-hiper-mega feliz!!! Sempre que quiserem ir de lua-de-mel, para recuperar forças (lol) podes deixar os teus cinco filhos comigo! =))



Flávia Leitão disse...

Olá!
...e vamos somamos pontos em comum! lolol
Acredita que não vai ser melhor lá porque temos um filho! Vai ser o mesmo!
E eu tenho fora da equação o meu pai, porque entretanto não convivemos!
Ainda agora o Gus fez o seu primeiro aniversário, e mais uma vez não houve festa, vieram cá uns e depois os outros!
O que podemos fazer é desejar e trabalhar para que os nosso pequenitos não sejam abalroados por tudo isto.
A tua prioridade é a Matilde, com a mãe e o pai dela, esse é o núcleo que importa, o resto vais gerindo, mas sempre a pensar na tua família de 3!
Um abraço grande e curte a filhota!!!



..carlix.. disse...

Tenho 2 sobrinhos que vivem já há uns tempos a vida de ping-pong e viveram momentos de muita tensão e discussão entre os pais. O mais velho dá sinais desse desequilibrio, a pequena acha tudo normal porque vive assim quase desde que nasceu. MAs é sempre difícil avaliar de fora este tipo de coisas. Sofro por eles e oro muito pelo carácter deles, pela vida que eles estão a construir dia-a-dia. É como diz Flávia, a tua prioridade é a Matilde e o Bruno. Se queres estar velhinha ao lado dele, não cometas os meus erros que os teus pais e que terminou em separação. "O amor é paciente,[...] tudo crê, suporta e espera." A Palavra não mente. Temos que fazer a nossa parte. Tendo pais unidos e amigos, que se amam e respeitam, a Matilde irá viver muito bem com essas separações todas!
beijinho e força. a luta é longa.



Raquel Henriques disse...

triste... disseste bem!

Beijinhos

(gosto de te ler... ;))



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